terça-feira, 21 de junho de 2011

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE LIXO!



Aproximadamente 21.800.000 resultados (0,08 segundos) para “Sustentabilidade” na pesquisa do Google. Já para “Coleta Seletiva”, aproximadamente 2.150.000 resultados (0,03 segundos). Agora, a agilidade na hora de tratar estas questões...
Não tenho pretensão de parecer entendido em matéria de meio ambiente e coisas do tipo, mas o que escrevo é fruto da mais pura e simples observação.
Resolvi falar um pouco sobre esta temática pois há alguns dias atrás foi veiculado pelo mídia uma notícia que me deixou extremamente feliz, e desconfiado: “Até agosto de 2014 o Ministério do Meio Ambiente pretende livrar o Brasil dos lixões a céu aberto, presentes em quase todos os municípios brasileiros” (revistagloborual.globo.com). No site do Jornal do Brasil, encontrei um artigo publicado por Tadayuki Yoshimura, engenheiro e presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP), onde se discute a aprovação da Lei 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Segundo o autor, “O objetivo da legislação é garantir uma adequada gestão integrada dos resíduos sólidos, estabelecendo a responsabilidade compartilhada e fazendo com que toda a cadeia responsável pela produção de um bem ou produto de consumo se responsabilize pela destinação final do material, seja com o objetivo de reciclá-lo, reutilizá-lo ou rejeitá-lo, este último somente caso não haja mais como aproveitá-lo para uma finalidade produtiva. Assim, produtores, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e os agentes de serviços e gestão da limpeza pública têm responsabilidade sobre a adequada destinação dos produtos que tiveram seu período de utilização encerrado”.
Como tenho fama de ser pessimista (prefiro pensar que sou realista), peço que vocês me corrijam se eu estiver errado. Mas, vejo com extrema desconfiança a aplicabilidade da referida Lei aqui por essa bandas.
Uma cidade como São Luis, às vésperas dos 400 anos, infelizmente ainda está muito distante de ser o que queremos que seja.
Então, para não ficar só na crítica, vou apresentar uma proposta: que tal educação ambiental? Que tal políticas públicas voltadas para a conscientização da população? E a criação de uma infraestrutura urbana sustentável? Cada um desses pontos tem fundamento. Pensem comigo: antes de jogar o lixo no chão, quantos se preocupam em procurar um cesto de lixo? De repente você pensou: “qual? Eles não existem”... aí entramos no segundo ponto, infraestrutura. A carência de cestos de lixo – me refiro ao mais simples... não estou nem falando daqueles lá da coleta seletiva – nas vias de grande movimentação de pessoas é notória. Dos poucos que existem, boa parte deles já deveria está no lixo.
A Revista eletrônica argentina “Ohlalá” (revistaohlala.com) trouxe um artigo de autoria de Belén Esteves, advogada especialista em meio ambiente e energias renováveis e assessora do parlamento alemão em politicas ambientais para América Latina, com o título: “¿Querés una ciudad sustentable?”, onde são expostos alguns passos para a construção de uma cidade “verde”. Três pontos, em especial, me chamaram a atenção: Espaços Verdes, Resíduos e Transporte Público. Fazendo jus às aulas das professoras Marilda e Macarena, somado ao bom e velho 'portunhol', tomei a liberdade de fazer uma livre tradução de três parágrafos do referido texto. Olha só:

Espaços verdes. A chave é a incorporação de mais áreas naturais à paisagem urbana, já que são de grande valor social e funcionam como amortecedores para a poluição causada pelos automóveis, melhoram a qualidade do ar e diminuem alguns graus na sensação de calor. Um exemplo interessante é a cidade de Curitiba. Diante das frequentes inundações, adotou a política de preservação de áreas de drenagem natural e da proibição de outras, que foram destinadas para lagos artificiais e recreação, que permitiram resolver o problema e, por sua vez, aumentar os espaços verdes da cidade.

Resíduos. Ambientes urbanos geram grandes quantidades de lixo, e na maioria das cidades nos países em desenvolvimento não há uma boa gestão de resíduos. Em contraste, a proliferação de lixões. O que fazer? Reduzir e separar o lixo na fonte (a sua casa, por exemplo), dando prioridade à reciclagem, mas é claro que no âmbito da gestão integrada de resíduos urbanos. De nada adianta você fazer a coleta seletiva e o serviço de coleta juntar novamente.

Transporte público. A idéia é diminuir o volume de automóveis nas ruas (maior fonte de poluição). As cidades que desejam se torna sustentáveis têm investido tempo e dinheiro para construição de eficiente sistema de transporte público. Além de promover o uso de bicicletas: prática saudável, não-poluente (tanto do ponto de vista atmosférico quanto sonoro)”.

Desafio alguém a dizer que São Luís não possa pensar estas questões. O que não falta em nossa cidade são áreas verdes (mal cuidadas, é claro!). Uma cidade como São Luis não tem um zoológico ou um bosque para passeio público!!! E quanto ao sistema público de transporte? Sobre isso eu prefiro não me estender... esse tema merece um “post” especial... vamos deixar para a próxima. Já o política de resíduos... bom, vamos torcer para que até 2014 as coisas funcionem. Por enquanto, vou continuar sem poder apresentar uma solução válida para minha filha de 4 anos quando ela se nega a jogar uma garrafa d'água no cesto cheio de papel. “- A tia (da escola) disse pra jogar no lixo vermelho”.


Um comentário:

  1. Desculpe a minha ignorância, mas não entendi o ultimo paragrafo...

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