terça-feira, 5 de julho de 2011

HÁ ALGO DE NOVO NO REINO DA TELEVISÃO BRASILEIRA

Aos mais próximos, nunca escondi a paixão que sempre cultivei pelo Jornalismo. Mas, como podem ver no meu perfil ao lado, não sou jornalista. E não digo isso com remorso, uma vez que toda a minha trajetória como historiador sempre caminhou de braços dados com o universo da imprensa, 99% de meus trabalhos acadêmicos gira em torno da temática.
Não! O post de hoje não será para falar de mim... não pretendo (pelo menos conscientemente) transformar este espaço em um diário. A questão é outra. Prometo que mais para frente farei você entender o sentido desta introdução. Mas, por enquanto, vamos adiantar um pouco...
Muitas vezes, durante as aulas que ministro, conversamos sobre a futilidade na grade de programação da TV brasileira. No quanto as pessoas são bombardeadas por campanhas que em nada acrescentam na formação intelectual e até mesmo na construção de um senso crítico diante das inúmeras questões sociais que marcam o dia a dia de nosso país. Compre isso, consuma aquilo, vista esta marca. Ou, como cantou a Pitty: “pense, fale, compre, beba, leia, vote, não se esqueça, use, seja, ouça, diga, tenha, more, gaste e viva”. Confesso que não sou fã da garota, mas, de maneira compreensível a todos, a letra da canção ilustra bem a “Sociedade do Espetáculo”, definida por Guy Debord.
Pois bem... voltando àquela introdução. Volta e meia, algumas determinadas reportagens despertam em mim a queda pelo jornalismo e, recentemente, isto aconteceu em dois momentos. Me refiro às séries: “Na medida certa” e “Planeta Extremo”, ambas veiculadas pelo “Fantástico”. (Uma das poucas coisas que ainda me atraem na TV aberta)
Fugindo à regra, o “Na medida certa” fez da busca pela beleza - característica marcante de nossa sociedade - coadjuvante numa outra corrida: a da busca pela qualidade de vida. A jornalista Gysele Flor, mestre em Comunicação Social, pela Universidade Metodista de São Paulo, em artigo intitulado “Corpo, Mídia e Status Social: reflexões sobre os padrões de beleza”, afirmou que “Para atingir o patamar de boa forma e beleza divulgado pelas revistas femininas é necessário gastar dinheiro e tempo, mas não são todas as pessoas que estão possibilitadas a investir nos cuidados com a aparência, apenas as que possuem recursos financeiros.”... Como disse anteriormente, na contra-mão dessa lógica (que sempre foi verdadeira), na série do Fantástico, o Educador Físico Márcio Atalla defendeu que a reeducação alimentar direcionada a inclusão de alimentos naturais ao consumo diário (frutas, legumes), associada à prática de atividade física mesmo que seja uma caminhada diária, resultará em mais saúde e, consequentemente, redução de medidas.
Por sua vez, no episódio de estréia do “Planeta Extremo”, o repórter Clayton Consevani participou da primeira de quatro aventuras ao redor do mundo. A maratona no gelo, realizada na Antártica, ficou marcada por histórias de motivação e superação pessoal de todos os participantes. Confesso que me senti desafiado ao ver pessoas com características físicas totalmente distantes daquela imagem que temos quando pesamos no biotipo ideal para realização de tais atividades. Idade e peso não foram obstáculos a alguns dos que aceitaram o desafio pessoal de enfrentar temperaturas baixíssimas, até -30º C, e ventos de mais de 100 km/h. Assistir este primeiro episódio do “Planeta Extremo” me fez recordar a leitura do livro “Nunca é tarde demais: dicas práticas para mudar o curso de sua vida”, de Lowel Sheppard, onde dentre as dicas apresentadas encontram-se a prática de atividade física, somada ao ativismo social. Na maratona da Antártica, as duas coisas estavam associadas. Reafirmo que a paixão pelo jornalismo nasceu, não com o sensacionalismo frequente da TV brasileira, mas pela indução de práticas positivas estruturadoras da mudança de mentalidade geral no sentido de construção de um país melhor, ainda que para isso (mudança) comece individualmente.
Não sei vocês, mas eu tenho pensado seriamente em me dedicar um pouco mais a estas duas questões: saúde e responsabilidade social. Já comprei um tênis para fazer caminhada e vou me inteirar melhor sobre a atuação do “Instituto Vida Feliz”. Depois eu conto os resultados.

Um comentário:

  1. Ótimo texto Roni. Confesso que também estou precisando cuidar da saúde, má alimentação e sedentarismo estão guiando minha vida no momento. Péssimo. Espero ter determinação(coragem) pra seguir o seu exemplo e começar a fazer exercícios físicos. Um abraço! o/

    Ass: José Câmara Penha

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